17 de novembro de 2009

Pílula






A pílula

A pílula existe desde 1955 e é um método contraceptivo muito seguro quando correctamente usado. É um comprimido que contém hormonas sintéticas semelhantes às que são produzidas pelos ovários das mulheres: o estrogéneo e a progesterona. As hormonas que compõem a pílula têm como missão principal suspender a produção hormonal normal, impedindo a ovulação, ou seja a libertação mensal do óvulo. Ora se não existem óvulos, não pode haver fecundação e logo gravidez.



Mecanismo de acção
A maturação dos folículos necessita de hormonas da hipófise (glândula endócrina junto ao cérebro), a FSH (Folicle stimulating hormone ou hormona estimuladora do folículo) e também a LH. Normalmente surgem vários folículos ováricos (cada um com 1 oócito) em crescimento que, ao aumentarem de tamanho, excretam estrogénios em cada vez maior quantidade que actuam por feedback negativo na hipófise, havendo redução progressiva da libertação de LH e FSH. Os vários folículos então competem por essas escassas hormonas, sendo que o maior folículo (que tem maior superfície e portanto mais receptores para elas) é activado suficientemente e os menores degeneram. Esse folículo maior então produz cada vez mais estrogénio, até que em altas concentrações ocorre conversão do feedback negativo em feedback positivo que leva à excreção em massa de LH e FSH que estimulam o rompimento do folículo e a ovulação.
A administração de doses baixas mas constantes de estrogénio e progesterona inibe a produção de FSH e LH na hipófise, por feedback negativo enquanto todos os folículos são ainda pequenos. A diminuição das concentrações de FSH e LH leva ao não desenvolvimento dos folículos que surgem, já que nenhum deles é suficientemente grande para ter receptores de FSH suficientes para não degenerar.
Ou seja, há como que uma simulação da produção de estrogénio por um folículo grande apesar de nenhum existir (porque o estrogénio vem do medicamento), e portanto todos os folículos degeneram de acordo com o mecanismo normal de "selecção natural" de apenas um deles, o maior, para ovular. Devido à pílula ele não existe, portanto não há ovulação de nenhum.

História
A síntese da Noretindrona, composto base do primeiro contraceptivo oral, foi realizada no dia 15 de Outubro de 1951, pelo químico mexicano Luís E. Mira montes quando ele tinha somente 26 anos de idade. Mira montes recebeu a patente do composto junto com Carl Djerassi e Jorge Rosenkranz, da companhia química mexicana Syntex S.A.

Eficácia
O índice de Pearl é frequentemente usado para comparar a eficácia dos diferentes métodos de contracepção. Ele é expresso como o "número de gravidezes indesejadas em 100 mulheres normalmente férteis em um período de um ano". Cada método de controle de natalidade tem dois números no índice de Pearl:
efectividade do método: é o número do índice de Pearl para uso sob condições perfeitas. O número de efectividade do método para a pílula anticoncepcional tem sido medido entre 0,3 e 1,25, o que significa que em condições ideais, entre 0,3 e 1,25 usuárias a cada 100 se tornaram grávidas durante o primeiro ano de uso perfeito da pílula (índice de Pearl = 0,3 a 1,25).
efectividade do usuário ou efectividade típica: é o número do índice de Pearl para uso que não é consistente ou sempre correto. A efectividade do usuário medida pelo índice de Pearl para a pílula anticoncepcional está entre 2,15 e 8,0, o que significa que entre 2,15 e 8,0 usuárias a cada 100 se tornaram grávidas durante o primeiro ano de uso típico da pílula (índice de Pearl = 2,15 a 8,0).
Se a mulher começar a tomar a pílula dentro de cinco dias após o início do seu ciclo menstrual (o ciclo menstrual inicia no primeiro dia de sangramento), ela irá ter uma proteção contra a gravidez desde a primeira pílula que tomar. Se uma mulher começar a tomar a pílula em outro período do ciclo menstrual, ela deve usar outra forma de contraceptivo por sete dias.
Ocasionalmente muitas mulheres esquecem de tomar a pílula diariamente, prejudicando a sua efectividade. O uso correto do pacote de pílulas para 21 dias é tomar as pílulas todos os dias aproximadamente no mesmo horário do dia durante 21 dias, seguidos por uma pausa de sete dias.
O uso de outros medicamentos pode impedir que a pílula funcione, devido a interacções com o metabolismo dos constituintes hormonais. Uma diarréia também pode fazer com que a pílula pare de funcionar, porque ela faz com que os hormônios contidos nas pílulas não sejam adequadamente absorvidos pelos intestinos.

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